O presidente da Câmara dos Representantes nos Estados Unidos, Kevin McCarthy, disse hoje em entrevista à imprensa que as negociações para novo aumento do limite de endividamento do governo norte-americano estão progredindo.
A declaração de McCarthy surgiu após uma reunião de longa duração entre membros da equipe do partido republicano com a equipe do partido democrata. Um acordo não foi fechado até o momento, pois ainda há alguns entraves a serem resolvidos nas próximas reuniões.
O ponto mais relevante aos republicanos para concordar em elevar o teto de gastos nos Estados Unidos está relacionado ao ajuste nas contas públicas. Houve leve mudança no discurso dos dois lados. McCarthy ressaltou ser importante um comprometimento do governo para gastar menos do que no ano passado, podendo sinalizar uma proposta de cortes de gastos menos rígida do que a esperada anteriormente.
Do outro lado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não está mais exigindo uma elevação do limite de endividamento sem nenhuma contrapartida fiscal. Os democratas confirmam que as discussões com os republicanos estão focadas no orçamento, sinalizando um possível plano de corte de gastos em comum acordo entre os partidos.
A possibilidade de default é considerada muito baixa, mesmo se as negociações ultrapassarem a data X. Tanto Joe Biden, quanto Kevin McCarthy, concordam em evitar a inadimplência nos títulos da dívida pública. Existem planos de contingência que o Tesouro dos Estados Unidos pode implementar em caso de inexistência de acordo para elevação do teto da dívida até a data X.
Um dos principais pontos, discutidos amplamente no passado, quando elevação do limite de endividamento também estava em discussão, é garantir prioridade ao pagamento dos juros da dívida pública, em função da alta confiabilidade das Treasuries para o sistema financeiro do mundo inteiro.
Os alarmes feitos por Janet Yellen, secretária do Tesouro, relacionados ao potencial default, são de cunho mais político do que técnico, na tentativa de colocar pressão para que os republicanos aprovassem elevação do teto de endividamento conforme demanda inicial dos democratas (sem cortes de gastos). Os planos de contingência do Tesouro norte-americano para continuar honrando o pagamento da dívida não são revelados, mas especula-se que podem abranger várias frentes.
No Brasil, a surpresa positiva com o IPCA-15 está forçando nova revisão para baixo na expectativa de inflação para o fechamento de 2023. Conforme divulgado pelo IBGE na manhã desta última quinta-feira, o IPCA-15 de maio alcançou 0,51%, inferior aos 0,57% registrados no mês de abril. A mediana das expectativas estava em 0,65%.
Com este resultado, o IPCA-15 acumula alta de 4,07% nos últimos 12 meses. A desaceleração tem se mostrado constante nos últimos meses, revelando uma boa tendência para alcance da meta de inflação no médio prazo. Vários economistas afirmaram que irão revisar suas projeções após os dados divulgados nesta quinta-feira.
Por outro lado, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, continua mantendo a postura firme, sem expressar cenário para cortes na taxa Selic. Em um evento realizado pela Moody’s, Campos Neto afirmou que o processo de desinflação no país ainda está em ritmo muito lento e não acabou.
O presidente do Banco Central voltou a pedir paciência, ressaltando que o índice de preços precisa retornar a meta de 3%. O clima de otimismo no mercado continua alto. O DI com vencimento em 2028 chegou a testar 11,09% no melhor momento do pregão, fechando o dia aos 11,18% ao ano, significativamente abaixo da taxa Selic.