Na manhã desta quinta-feira o IBGE informou que o PIB brasileiro do primeiro trimestre de 2023 obteve um crescimento de 1,90% na comparação com o trimestre anterior. O resultado é considerado muito positivo, surpreendendo as expectativas dos economistas.
O cenário macroeconômico no país vinha de um carrego negativo desde o período eleitoral, com muitos investidores e empresários em posição defensiva temendo um cenário fiscal mais desafiador, preocupações com inflação elevada e baixo crescimento.
O esforço do governo em formar um projeto de arcabouço fiscal no início deste ano, capaz de frear o crescimento acelerado do endividamento, pode ter gerado certo alívio aos principais players de mercado, destravando alguns investimentos, provocando consequentemente aceleração da retomada do crescimento econômico.
A mediana das expectativas de crescimento estava em 1,2% para o PIB do primeiro trimestre de 2023. Com o resultado surpreendente, pode-se esperar que a economia brasileira tende a continuar mantendo o bom ritmo nos próximos trimestres, já que o cenário inflacionário está melhor com o recente arrefecimento nos índices de preços, a moeda está mais valorizada em zona de estabilidade/pouca volatilidade e novas reformas relevantes estão sendo discutidas entre líderes do executivo e legislativo.
A economia brasileira continua sendo fortemente puxada pelo agronegócio. O PIB da agropecuária isolado cresceu 21,60% no primeiro trimestre deste ano, comparado com o quarto trimestre de 2022. O PIB do setor de serviços cresceu 0,60% neste primeiro trimestre de 2023, comparado com o último trimestre do ano passado. Na indústria, o PIB registrou queda de 0,10% no primeiro trimestre deste ano, comparado com o último trimestre do ano passado.
Outro dado relevante e positivo está na FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo). Este indicador macroeconômico reflete os investimentos realizados na economia. Durante o primeiro trimestre de 2023, a FBCF registrou alta de 3,40% comparado com o trimestre anterior, revelando capital novo entrando para o setor produtivo.
Nos Estados Unidos, destaque para aprovação do necessário aumento do limite de endividamento do governo. O projeto de lei bipartidário construído por líderes da bancada econômica do partido republicano e democrata recebeu 314 votos a favor e 117 contra. O texto será encaminhado ao Senado para votação, onde não se espera resistência.
A bancada democrata teve apenas 46 parlamentares contra o projeto, com 165 votos a favor. Na bancada republicana a divisão foi maior, com 149 deputados a favor e 71 contra. Vários parlamentares republicanos reclamaram que houve pouca redução de despesas na proposta apresentada.
De qualquer forma, projeto aprovado na Câmara e possivelmente chancelado no Senado já no curto prazo vai garantir que os Estados Unidos não tenha necessidade de tomar medidas de contingência orçamentária, garantindo o pagamento de seus compromissos em dia.
Na Europa, a inflação mostrou algum sinal de alívio. O índice de preços divulgado pela Eurostat recuou para 6,10% no mês de maio, revelando desaceleração frente aos 7% registrados em abril. A inflação mais baixa surpreendeu analistas e pode sinalizar um cenário de trégua dos preços de bens e serviços à frente.
O núcleo de inflação, que exclui a parte de alimentos e energia, ítens historicamente mais voláteis, também apresentou recuo, chegando aos 5,3% em maio. No mês de abril, o núcleo de inflação estava em 5,6%.
Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, afirmou após a divulgação dos dados pela Eurostat que o resultado é considerado positivo, porém ainda não é possível a autoridade monetária declarar vitória no combate à inflação, o que revela ainda certa preocupação, mantendo as portas abertas para futuros aumentos adicionais na taxa básica de juros.
A taxa de desemprego na zona do euro caiu para 6,50% no mês de abril, atingindo mínima recorde, revelando boa resiliência econômica mesmo com os aumentos de juros pelo Banco Central Europeu.