Após longas rodadas de negociações, líderes democratas e republicanos conseguiram chegar a um acordo para colocar em votação as condições para elevação do limite de endividamento do governo norte-americano.
O texto está finalizado e possui o apoio de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, bem como de Kevin McCarthy, presidente da Câmara dos Representantes. O documento segue para votação em plenário na Câmara ainda nesta quarta-feira.
A nova data X apresentada por Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, acontecerá em 05/06/2023. A partir deste dia, conforme sinalizado por Yellen, o país não terá mais condições de honrar todos os seus compromissos pontualmente.
Na última terça-feira, o Comitê de Regras da Câmara aprovou o texto para elevação do teto de endividamento dos Estados Unidos por uma margem bastante apertada, com 7 votos a favor e 6 contra. O grupo é composto de 13 deputados, sendo 9 republicanos e 4 democratas.
Existem algumas divisões dentro do partido republicano, onde vários membros da ala pró-Trump têm revelado insatisfação com o acordo bipartidário. Entre os democratas, também existe divisão de parlamentares que são favoráveis e contrários às condições para elevação do endividamento.
O líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, afirmou ontem que espera pelo menos 150 votos favoráveis de sua bancada para selar o acordo pela elevação do teto de gastos. Portanto, mesmo com uma divisão entre parlamentares republicanos e democratas, que já se mostraram contrários ao texto, é possível imaginar que a maioria de votos será alcançada no Congresso com o alinhamento dos dois partidos.
O projeto de lei a ser votado na Câmara e posteriormente no Senado, após longas negociações entre lideranças republicanas e democratas, prevê elevação do limite de endividamento dos Estados Unidos até 2025, ano-calendário estratégico para conseguir atravessar o período de eleições, inclusive a presidente da república, que ocorrerão em 2024.
O texto também apresenta um corte de gastos de 10 bilhões de dólares, além de recuperação de recursos destinados ao combate à pandemia que não foram utilizados pelo governo. Outro ponto relevante é que as condições para acessar alguns benefícios sociais se tornaram mais difíceis.
Maiores detalhes serão divulgados com a tramitação do projeto na Câmara e no Senado. A primeira impressão é que o acordo para elevação do endividamento dos Estados Unidos não saiu ileso, sem contrapartidas fiscais, conforme desejavam os democratas, mas também não surgiram cortes razoáveis de gastos conforme esperavam os republicanos.
No Brasil, destaque para deflação significativa observada no IGP-M, superando as expectativas de mercado. No mês de abril, o índice registrou forte deflação de 0,95%. Neste mês de maio, a deflação acentuou ainda mais, alcançando 1,84%. No acumulado de 2023, a variação do IGP-M está em -2,58%. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação do IGP-M chegou aos -4,47%.
A deflação observada no mês de abril foi a maior desde a série histórica, mostrando forte queda nos preços de insumos, principalmente de commodities, beneficiando o setor produtivo nacional.
A queda das matérias-primas revelada mais precisamente pelo IGP-M adiciona mais condições para futuros cortes na taxa básica de juros. A expectativa para o IPCA nos próximos meses continua positiva, com revisões baixistas anunciadas a cada semana no Boletim Focus.
No último documento, divulgado na segunda-feira pelo Banco Central, mostrou que a mediana das expectativas do mercado para o IPCA de 2023 caiu de 5,80% de uma semana atrás para 5,71% nesta semana.
As últimas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também estão se mostrando mais otimistas com a inflação no Brasil. Nesta semana, Campos Neto observou que pela primeira vez na história, o mundo passa por um surto de inflação enquanto o Brasil registra índices de preço abaixo da média internacional.
O Brasil foi um dos primeiros países no mundo a atacar o processo inflacionário gerado no período da pandemia. O presidente do Banco Central ressaltou também que a inflação cheia no Brasil foi a que mais cedeu entre os emergentes. Os núcleos de inflação também tendem a continuar em queda nos próximos meses.
Campos Neto também frisou que as incertezas fiscais se reduziram com o novo arcabouço fiscal, o que deve ajudar na melhora das expectativas de inflação. Em suma, o presidente do Banco Central mudou o tom sobre o cenário macroeconômico, saindo de uma avaliação mais dura de combate à inflação para uma perspectiva econômica mais favorável, acenando para um possível ciclo de afrouxamento monetário a ser iniciado em algum momento neste segundo semestre deste ano.